Sex, 27 de janeiro de 2023, 15:08

UFS participa de projeto que fortalece turismo gastronômico em Sergipe
Projeto atende mulheres que trabalham com mangaba, aratu e produtos derivados da farinha
Integrantes do projeto realizaram visitas técnicas nas comunidades participantes (foto: Elias Rodrigues/Ascom Embrapa Território e Alimentos)
Integrantes do projeto realizaram visitas técnicas nas comunidades participantes (foto: Elias Rodrigues/Ascom Embrapa Território e Alimentos)

No Turismo Gastronômico são desenvolvidas experiências de consumo e apreciação de bebidas e comidas, de maneira a valorizar a história, a cultura e o meio ambiente de uma região. Com a proposta de fortalecer este segmento em Sergipe, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do grupo de pesquisa Antropologia e Turismo e do projeto de extensão “Roteiros Gastronômicos e Paisagens Alimentares”, uniu-se à Secretaria de Turismo do Estado e à Embrapa Alimentos e Territórios para desenvolver o projeto “Potencializando Turismo Sustentável em Paisagens Alimentares da Região Nordeste do Brasil nos Cenários de Mudanças Climáticas e Pós-pandemia Covid-19”.

A principal meta do grupo é elaborar e promover o desenvolvimento do turismo em paisagens alimentares rurais, priorizando a valorização, proteção e resiliência ambiental e social das paisagens em três estados do Nordeste: Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Em Sergipe, os municípios selecionados para a realização do trabalho foram São Cristóvão e Indiaroba.


Aluísio Silva, coordenador do projeto  (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Aluísio Silva, coordenador do projeto (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)

“Queremos trabalhar o desenvolvimento territorial a partir do turismo em conexão com a gastronomia e com a agricultura. Trabalhamos essa temática no contexto da multifuncionalidade da agricultura, afinal a produção de alimentos é apenas uma das várias funções da agricultura”, explicou Aluísio Silva, analista de pesquisa da Embrapa Alimentos e Territórios e coordenador do projeto.

Para o desenvolvimento da iniciativa foram selecionadas mulheres que trabalham na coleta e produção de derivados da mangaba, mariscos e na preparação de produtos derivados da farinha como os tradicionais “bricelets” ( biscoitinho fino de origem suiça).

O projeto, com término previsto para o primeiro semestre de 2024, inclui o estímulo e construção de um cenário que gere um aumento na produção das mulheres, repasse de orientações sobre a correta manipulação dos alimentos, a elaboração de identidade visual para a embalagem dos alimentos e a consequente comercialização dos produtos.


Os tradicionais  “bricelets” são alguns dos itens produzidos pelas mulheres atendidas pelo projeto (foto: Elias Rodrigues/Ascom Embrapa Território e Alimentos)
Os tradicionais “bricelets” são alguns dos itens produzidos pelas mulheres atendidas pelo projeto (foto: Elias Rodrigues/Ascom Embrapa Território e Alimentos)

Vera Gomes, que há dez anos produz “bricelets” no município de São Cristóvão, é uma das mulheres beneficiadas pelo projeto. Ela agradece o apoio e está confiante quanto aos resultados a serem conquistados.

“Estão nos dando valor. Pra mim é uma ótima opção ter alguém cuidando da gente, pra que a gente cresça, assim como para as outras mulheres. Sentimos gratidão. Eu espero um futuro melhor para todos nós”, comemora Vera.


Léia Duarte, assessora da Secretaria de Estado do Turismo (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Léia Duarte, assessora da Secretaria de Estado do Turismo (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)

Léia Duarte, assessora da Secretaria de Estado do Turismo, parceira do projeto, explicou as etapas realizadas até o momento. “Fizemos as visitas técnicas para validar os municípios atendidos, apresentamos o projeto para as comunidades contempladas e a convidamos a engajar na iniciativa. Também já temos uma consultoria contratada pela Embrapa que está visitando estes municípios de maneira a subsidiar o desenvolvimento do trabalho”, detalhou a assessora.


Denio Azevedo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Culturas Populares (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Denio Azevedo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Culturas Populares (foto: Schirlene Reis/Ascom UFS)

Denio Azevedo, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Culturas Populares da UFS, explica que os ganhos do projeto devem ir além da produção e comercialização dos produtos.

“Você imaginar, por exemplo, que uma catadora de aratu vai pescar o aratu, levar pra casa, limpar, cozinhar, preparar o catado e posteriormente vendê-lo. É extremamente interessante. Todos os processos são feitos por essas mulheres, assim com as que trabalham com a mangaba e a farinha. Existe um perfil de turista interessado nessas histórias de vida, nos saberes e fazeres dessas mulheres. Eles não querem só o produto, querem ouvir as histórias, aprender a fazer aquilo. Desejam ter essa experiência, essa troca. Acreditamos, portanto, que com este projeto pode haver um impacto social importante para estas mulheres”, avaliou Denio.

Ascom

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Atualizado em: Seg, 30 de janeiro de 2023, 15:20
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